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O reflexo do futuro no agora

O que eu quero para meu futuro deve refletir nas minhas ações hoje. Espera aí! Por que eu utilizei “deve refletir” ao invés de simplesmente “reflete”? Pois nem sempre é simples determinar exatamente o que se quer no futuro, então as ações do presente podem ser confusas. Não saber para onde se vai é a maneira mais certa de andar em círculos.

Logo, a questão mais importante para escrever sobre “o reflexo do futuro no agora” é exatamente decidir o meu futuro. Ou, pelo menos, decidir qual objetivo seguirei, pois a vida é traiçoeira e injusta e todos os meus planos podem desmoronar a qualquer momento. É pela pequena possibilidade de meus objetivos se concretizarem que farei meus planos.

Ou, talvez, pela possibilidade não tão pequena assim.

Iniciarei pelo mais simples, em minha opinião. Traçarei os caminhos que não quero seguir.

Não tenho nenhum interesse em voltar à faculdade de Jornalismo. Agora percebo que meu único objetivo ao iniciar esse curso foi fugir da Engenharia Química, que me aterrorizava por exigir de mim mais disciplina com os estudos do que eu efetivamente tinha. Mal sabia eu que a UFMG me exigiria o dobro. Por esse motivo, não tomei nenhuma atitude para voltar ao Jornalismo.

Não pretendo voltar a trabalhar com Vendas. Sei que futuramente precisarei vender minha imagem, precisarei vender ideias, vender propostas, empresas, serviços... Mas tudo isso será apenas uma pequena parte de uma grande ideia. Não quero que minha renda dependa exclusivamente da venda direta de produtos. Não mais. Precisei me endividar para entender que isso não faz parte da minha gama de habilidades, e nada que eu fiz, nenhum truque, nenhuma estratégia, pôde me forçar a trabalhar com isso.

De todas as coisas que eu não quero em minha vida, existe uma coisa em especial. Uma coisa que me atingiu com a força de uma bomba atômica na última quarta, e que me fez reescrever esse texto do zero. Algo que eu já sabia sobre mim, mas que havia me esquecido. Algo pelo qual já passei, mas que lutei contra, pois não suportava.
Desde criança, eu sempre soube de duas coisas.
Uma: Existindo a possibilidade de fazer faculdade de graça, eu não pagarei.
Duas: Jamais, em tempo algum, precisarei depender do dinheiro de alguém para sobreviver.
Foi esta última que me moveu em direção ao meu primeiro emprego, mesmo sendo completamente fora da ideia de futuro que eu tinha para mim.
Mas, ontem, eu precisei da ajuda de meu pai. Pois eu não tinha dois reais para completar o dinheiro da passagem.
Ah, Deus, isso doeu.
E como doeu.
E o que dói mais é que eu sei que foi minha escolha estar onde estou.

Eu estou tentando. Juro que estou tentando. Todos os dias eu tento, cada dia com uma intensidade diferente. Eu tento ter disciplina. Eu tento não procrastinar. Eu tento procurar um emprego. Mas, às vezes, isso dói tanto!
Dói tanto que às vezes penso que tudo que poderia querer para meu futuro é simplesmente ter forças para não desistir da vida. E que isso já seria uma vitória.
Mas os meus problemas não vão se resolver automaticamente com minha morte. Se, por acaso, isso resolvesse algo, talvez eu já tivesse tentando.

Mas, agora, o que eu quero?

Eu tenho um sonho, e dói imaginar o quão longe esse sonho está de ser realizado. Na verdade, são dois sonhos, mas um arde mais em meu peito do que o outro. Por que escrever livros não é exatamente um sonho, mas um objetivo que eu sei que um dia realizarei.
Agora, aprender a cantar... Isso está tão distante de mim que mais parece um devaneio. E, diferentemente de escrever, isso não é uma coisa que eu possa aprender sozinha. Para aprender a cantar, preciso de alguém para me ensinar, ou jamais saberei se estou fazendo certo ou se estou simplesmente destruindo minha voz. Eu ouço esses cantores com essas vozes maravilhosas e eu desejo que um dia minha voz consiga se mover por esses tons sem falhar. E eu não sei o que fazer a respeito disso, pois minha cabeça se confunde com vários outros objetivos... Mas esses outros objetivos são hobbies, não sonhos. Às vezes me esqueço disso.

Sabe o que realmente quero? Achar alguma forma de ter dinheiro investido o suficiente para que eu possa sobreviver só com seus lucros, ou trabalhando poucas horas por semana. E, dessa forma, ter tempo livre e dinheiro para perseguir cada um desses sonhos, cada um desses hobbies, e até mesmo experimentar aprender coisas que jamais imaginei. Ter tempo livre para escrever cada um dos meus livros, sem me preocupar com contas no fim do mês. Poder pagar aulas particulares de canto, piano, balé, violino, desenho, até mesmo teatro, se um dia eu quiser. Poder passar o resto dos meus dias aprendendo um pouco sobre tudo.

Mas nada disso se realizará enquanto eu não alcançar a disciplina exigida.


E a disciplina está sendo algo difícil de ser alcançado. Eu falho todos os dias... Em alguns eu falho menos, em outros, falho mais. É difícil me manter constante, é difícil me manter focada. Alguns truques vem me ajudando, mas eu costumo ignorá-los. Logo, creio que meu objetivo primário deve ser me fortalecer para manter uma disciplina, e então terei a força para trabalhar nos outros sonhos. 

Mas qual sonho seguir primeiro? Ainda estou perdida.

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