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Tentativa de explicar um sentimento inexplicável

Rindo.
Comecei esse blog para marcar mudanças no meu jeito de viver.
Não mudei nada.
Ainda deixo tudo pra última hora. Sei que é errado, mas não consigo mudar.
Ainda prometo fazer coisas, e não faço. Me canso da minha ignorância e falta de comprometimento, mas não mudo.
Adio tudo que posso. Adio pagamentos. Adio palavras. Adio atitudes. Acabo adiando a minha vida. "Amanhã... Semana que vem... Não, hoje não..."
Tomar decisões é uma tortura. Adio. Adio. Até o último segundo. Embora eu saiba que depois da decisão tomada, tudo será mais fácil.
Adio meu amor. Guardo-o para quem mereça. Ninguém parece merecer. Gostaria de oferecê-lo a quem realmente quero, a quem realmente amo - aquele que me fez chorar, vezes sem conta... mas o medo me prende. Gostaria de oferecê-lo a quem me fez sorrir, mas não posso fazer isso, seria mentir para mim e para ele. Então guardo... 
É impossível expressar em palavras o tamanho do problema que o meu medo se tornou. Eu tenho tanto medo de tantas coisas estúpidas e irracionais, o medo me consome como o fogo consome o papel. Tanto, tanto medo. Mas medo de que? De agir? De sentir dor? De tomar decisões? Ou será que isso não é medo? O que eu chamo de medo pode ser uma desculpa do meu subconsciente por ter preguiça de mudar? Ou é algo tão intenso e profundo que não consigo tocar, entender? O que diabos é isso que eu sinto?
É difícil encontrar palavras pra esse sentimento. Já tentei, tentei muitas vezes, mas sempre falta algo, esse sentimento que eu não sei explicar, essa sensação horrível de que esqueci alguma coisa, alguma coisa importante, esqueci-a dentro do meu coração, com medo de tocá-la e entendê-la.
Se eu pudesse entender a mim mesma! Se eu pudesse explicar as coisas que me atraem, poderia evitar amar. Se eu pudesse entender meu medo, poderia expulsá-lo de mim. Se eu conseguisse explicar o amor, o ódio... nada disso me afetaria novamente. Quem dera se eu pudesse escrever todas essas coisas que me afogam!
Se eu tivesse a coragem para mudar! Ah, se eu encontrasse as oportunidades! Se eu entendesse que posso criar essas oportunidades se eu realmente quiser, mas o medo! Como o medo é paralisante! Que vontade de fazer todas essas coisas irresponsáveis, impensadas, de viver! Vontade de fugir, de viajar, de sair, de fazer sexo, de cantar, dançar, gritar!
Mas o medo sufoca tudo, todos os meus atos, minhas vontades, até eu me tornar vazia novamente. E, junto com o vazio, vem a repulsa pelas criaturas desse mundo. Isso me angustia tanto...