Nas aulas de História Social dos Meios, comecei a pensar...
Como podemos afirmar ou sequer pensar que esta sociedade capitalista é duradoura? Mesmo que o capitalismo seja o sistema perfeito para satisfazer o egoísmo humano, eu posso ver seu desgaste. Posso ver esse desgaste na camada de ozônio. Posso vê-lo no número sempre crescente de veganos, naturistas e pessoas com filosofias de vida diferentes no mundo. Ele também está nas crises que acontecem com poucos anos de diferença entre elas. Na falta de recursos e de espaço no planeta para tanta ganância. Na sustentabilidade. Na procura por alimentos orgânicos. Por ecovilas.
E se você parar para pensar mais um pouco... o Antigo Egito existiu por três milênios até ser conquistado. A Idade Média durou dez séculos. As bases de Roma já existiam desde 753 a.C. e seu poder só declinou em 476 d.C.
Considera-se que o capitalismo surgiu após o declínio do sistema feudal, ou seja, após o fim da Idade Média e no início da Idade Moderna. Ou seja, o capitalismo tem 500 anos, um pouco mais, um pouco menos. Mais ou menos desde a época do "descobrimento" do Brasil, a era das grandes navegações. Ao se comparar a idade do capitalismo com o tempo de duração das sociedades anteriores... o capitalismo é apenas o primeiro broto que sai da semente. Mal emergiu da terra. Ele ainda irá crescer, formar galhos, ramificações, se tornar uma árvore e, eventualmente, declinar e perecer. Como todas as outras coisas.
Por causa disso, acho importante arquivar documentos e fatos históricos para que os futuros nós entendam como vivemos hoje. Por causa disso, penso em criar um porão na minha futura casa, mais ou menos à 70 metros de profundidade, ou o suficiente para sobreviver à explosão de uma bomba atômica. Nesse porão pretendo guardar tudo que eu considerar relevante para que os futuros historiadores nos entendam.
E, viajando nisso, eu começo a pensar nesses historiadores. Talvez daqui a 2000 anos eles estejam falando do declínio da sociedade capitalista e estejam vivendo numa sociedade inimaginável para nós. Talvez eles falem do início da era da internet da mesma forma como nós falamos do início da impressão gráfica. Talvez eles escrevem sobre as formas obsoletas de comunicação.
Ou talvez o capitalismo só pereça quando o mundo em que vivemos perecer também.