"Pois a morte não espera a dor"
Eu vi. Acompanhei palavra por palavra
até só restar o sal em meus olhos.
e eu sabia. Era tão real quanto meu corpo.
Assisti os rostos calmos serem sangrados
Isso pisoteia meu coração, me faz chorar
Angústia e empatia, esse seria o gosto das minhas lágrimas, se você as provasse.
Mas você só teve tempo de sussurrar meu nome.
Você não ouviu o zumbido vindo dos céus
o som do desespero, o meu camuflado grito
Não teve tempo de sentir a destruição
e eu desejei saber o que você sonhava
quando o seu sono, em um respirar da morte, se tornou eterno.
Como esse homem pode permitir o suicídio coletivo
de cada órgão, cada tecido meu?
aquelas caveiras, aquelas sorridentes caveiras
lençol e suor, desespero mudo.