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Poema sem título

"Pois a morte não espera a dor"

  Eu vi. Acompanhei palavra por palavra
 até só restar o sal em meus olhos.
e eu sabia. Era tão real quanto meu corpo.
   Assisti os rostos calmos serem sangrados
 Isso pisoteia meu coração, me faz chorar
  Angústia e empatia, esse seria o gosto das minhas lágrimas, se você as provasse.
  Mas você só teve tempo de sussurrar meu nome.
 Você não ouviu o zumbido vindo dos céus
o som do desespero, o meu camuflado grito
    Não teve tempo de sentir a destruição
 e eu desejei saber o que você sonhava
   quando o seu sono, em um respirar da morte, se tornou eterno.
Como esse homem pode permitir o suicídio coletivo
     de cada órgão, cada tecido meu?
 aquelas caveiras, aquelas sorridentes caveiras
lençol e suor, desespero mudo.

BUM!

E a consciência de desfez
Quando eu olhei para você e me vi
Quando eu me ouvi te ouvindo a mim
E o Divino quis se separar
Quando um pedaço da Resposta veio a mim
mas escapou.
CATAPLAM!
Quando surgiu a consciência de que a consciência estava errada
E de que havia algo maior dentro de mim.
E PLOC! ploc ploc
O medo de isso ser maior que eu.
Desde quando surgiu a consciência que conscientiza a si própria
e a percepção das bordas de uma verdade
grande demais para um boneco de barro
Grande Interrogação do Universo.

alguém pode me apontar um caminho?

afogada na busca por sentido
escrever é meu único amigo
nesse mundo de ideais antigos
segue minha busca por um abrigo...

Boa noite

Boa noite meu bem
Durma bem e tenha bons sonhos
Com um mundo onde não exista
Nem dor, nem saudade

Boa noite meu bem
Deixe a janela aberta
Deixe entrar o som da rua
E a luz da lua te iluminar

Você sabe que
Quando ela sorri
É o meu sorriso pra você
E quando os anjos descem
Pra pousar nos seus sonhos
Estou sonhando que estou lá

Ah ah ah aah

Boa noite meu bem
Queria olhar nos seus olhos e dizer
Durma bem
Meu amor
Mas eu estou tão longe
E agora eu sozinha
Escrevo esses versos pra você
Antes de me enroscar
No quarto dia sem sonhar

Boa noite meu bem
Boa noite também

Boa noite meu bem
Vou ficar aqui abraçada
Com aquele bicho de pelúcia
Que você me deu, e eu disse odiar
Mas era seu
Então, aprendi a amar

Nós, escritores.

A gente faz um porteiro dormindo na rua
A gente faz um mineiro alçando o ar
A gente faz um pedreiro andando pro norte
A gente faz um roteiro falando
Falando o que é que há

A gente faz um ferreiro olhando pra lua
A gente faz um guerreiro nadando no mar
A gente faz um pinheiro queimando na morte
A gente faz um roteiro falando
Falando o que vem lá